TRADIÇÃO DA TRÍVIA NEGRA

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    A Magia e Nós

    Nubius Draknir
    Nubius Draknir

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    Mensagem  Nubius Draknir

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    A Magia e Nós


    Muitas vezes dizemos e ouvimos dizer que a magia está em tudo e em todos, mas pouco, ou quase nunca, pensamos, de fato, a realidade e as conseqüências disto.

    Poucas vezes nos questionamos do por quê e como a magia opera ou do por quê que para uns a magia é palpável e para outros não.

    Não raro se ouve dizer que a magia é burra, que ela opera pelas vias de menor resistência. O fato é que a magia é, de certa forma, lógica e extremamente inteligente. Digo lógica porque se não definirmos exatamente o que desejamos – o famoso saiba pedir –, a magia pode nos pregar peças indesejadas e traiçoeiras. É extremamente inteligente pois, ao operar pelas vias de menor resistência, consegue empregar a sua força de forma eficaz e objetiva no resultado pretendido.

    Oras, se tivesse que se desgastar, energeticamente falando, com toda a forma de resistência, teria pouca força ao encontrar o objetivo e realizá-lo com efeito. No mais, a lógica da magia nos foge completamente e ao mesmo tempo tende a ser óbvia. Analisemos: um dos que Caminham deseja ganhar dinheiro para quitar as dívidas existentes, um exemplo clássico, e ao desejar isso, num rito e/ou feitiço, não especifica a forma de como o dinheiro surgirá ou quais as vias de como o mesmo não deverá vir. Deixou-se então uma gama, praticamente infinita, de opções e vias pelas quais a magia pode correr para trabalhar para atingir o fim desejado.

    Assim sendo, ela vai verificar todas as possibilidades, como um computador, por exemplo, para trabalhar de forma eficaz. Eis que então surge uma possibilidade altamente viável e que pouca concorrência energética tem com o desejo. Os pais, do Caminhante, podem ter dinheiro, quantia até maior do que o desejado, estes podem vir a ter uma moléstia e falecer. Neste caso, a magia como não quer perder tempo e energia, vai para esta via e faz o “aceleramento” do fata (destino) ocorrer. O Caminheiro, perde o pai ou a mãe e, como conseqüência, recebe uma quantia como herança. Esta quantia, ao chegar nas mãos do Caminhante, dá para as despesas acarretadas dos serviços fúnebres e sobra, exatamente, a quantia desejada para quitar as dívidas antes existentes e desejadas de quitação.

    É cruel tal pensamento? Sim, pode até ser. Mas é totalmente plausível, partindo do principio de que se você não especificou a forma de como você deseja que seu pedido seja realizado, a melhor forma é a que vem de forma menos resistente. Não foi restringido as vias que não deveriam ser tomadas. Não houve um “cuidado” ao se “trabalhar” o pedido.

    Parece ridículo, mas se pararmos um momento de pensar como um humano e começarmos a pensar de modo de “preservar e alcançar” fins, teremos, com efeito resultados melhores e mais rápidos.

    Muitas vezes a mensagem nos chega, de várias vias e formas, e que pouco observamos: se não darmos valor a magia, pouco valor teremos dela. Ao tratarmos a magia com respeito, teremos  o respeito dela. Não dando o devido tratamento a magia jamais teremos os resultados e respostas desejados e esperados dela. Jamais seriamos bruxos, seriamos amadores. Tais como os que vão a missa sem, ao menos, prestar atenção no sermão dado pelo padre. Seriamos semelhantes aos fieis de “banco”.

    Como dar o tratamento devido? Como dar o valor e o respeito ideal?

    Simples, trate como você tratasse a si mesmo. Dê valor e respeito que você gostaria que lhe dessem. Soa “cristão”? Pode ser, mas isso vem muito antes da cristandade, de uma Escola tão velha quanto o tempo e que poucos remanescentes se tem e que, com certeza, muito emprestou para os ensinamentos do Ungido cristão.

    Admire uma flor, uma árvore, um rio, um lago, o vento a brisa, uma borboleta, uma formiga, um peixe, com olhos mágicos, com a alegria e encantamento da vida. Aprecie uma fruta – gosto, cheiro, sensações –, como se fossem, e são, únicos. Viva intensamente o momento, se alegre com o sorriso da criança e o olhar do velho. Se delicie com as gargalhadas alegres e com as lamurias dos tristes.

    Estranho, né? Mas tudo isso é magia e alimenta a magia. A maior força, e este é um dos segredos, da magia é o amor.

    Basta lembrar, por um instante sequer, que como é em cima também é embaixo para poder ter uma noção de tudo. Uma formiga, nós podemos ser uma formiga aos olhos do Alto. Um vento ou uma brisa, assim pode soar nossa voz aos Deuses. Uma fruta, talvez assim seja nossos espíritos, nosso ser em plenitude aos olhos das Divindades. Sorrisos, olhares, gargalhadas e lamurias, sensações únicas da natureza humana e que, sendo únicas, tanto podem chamar a atenção dos Deuses e nos tornam grandes em nossa pequenez.

    Cada qual destes sentimentos e sensações movem forças e energias que estão impregnadas em toda a matéria visível e invisível. É reconhecendo, conhecendo, integrando, desintegrando e reintegrando em nós e na teia universal estas energias e forças, que vamos alimentar e engrandecer a magia. É assim que damos o combustível para a magia.

    Outro segredo, e que poucos dão a devida valia, para a eficácia da magia é a fé. Sim a fé. Pois sem a fé não se consegue nada. De que adianta você querer que a magia opere algo se você não tem fé em algo maior que você, em uma Deidade, em uma força que não lhe pertence e que não está de todo em seu domínio, de que adianta fazer algo sem acreditar no que se está fazendo? Inerente a todas formas de Caminho e religião – lê-se aqui a religião como “reli gare”, ligar-se ao Sagrado, ao Divino – é a fé.

    Temos dois ingredientes aqui, fé e amor, que acredito serem os mais poderosos de todos os segredos do Caminho. Sem amor não conseguimos realizar quase nada, não temos motivação para fazer ou acreditar. Tendo fé temos força e esperança em algo. Juntando os dois temos força, esperança e motivação.

    Todos possuem a magia, em um nível ou outro, em si. Assim sendo somos e fazemos parte de um todo muito maior do que possamos vir a imaginar, tanto física quanto astral ou magicamente. Assim como é no microcosmo (nós) assim o é no macrocosmo (Universo), ou seja, somos constituídos de células que mesmo individuais constituem em conjunto a outras o nosso corpo, assim somos células que em conjunto com outros constituímos o universo. Cada qual tem sua parcela de responsabilidade para com o todo, por menor que seja.

    Deste modo é de forma esperada, de todo Caminhante, a afinização com os mundos, supra mundos e submundos existentes no campo espiritual, astral e mágico. É esperado, a integração e contato com os outros reinos existentes.

    A magia se dá de várias formas e, a maior delas, mais importante é a magia real. Como assim Magia Real? É a magia que se vê os resultados no mundo físico, de forma palpável e que até os que não trilham a Antiga Fé notam e se maravilham.

    Somos parte de uma vontade e para que a magia possa, de fato, operar por meio de nossa vontade devemos nos sintonizar com a Vontade Maior. É por meio desta sincronização, desta sintonia, que os reinos, mundos, supra mundos e submundos se convergem, junto com os nossos reinos e mundos interiores, para a Vontade Divina e esta, em comunhão e sintonia, converge para a realização da magia.

    Eis que temos o Amor, a Fé e a Vontade, para a realização daquilo que muitos dizem ser milagres. A sintonia com o Todo, com os Deuses se dá na troca de poderes, ou seja, no culto, na fé, no fazer a Deidade, de fato, real. Como? Na vivencia de seus mitos, no conhecimento, na pesquisa, na busca, no ver, ouvir, reconhecer, sentir, no constante aprender das formas e sinais que nos são dados no Caminho.

    É se tornar Um Deus em si, é reconhecer-se divindade junto a Divindade, é integrar-se na rede como parte e como o Todo, é ser a Magia.

    Somente seguindo alguns destes passos é que vamos começar a entender a Magia e Nós, como irmãos, como seres, como indivíduos, como sacerdotes e sacerdotisas, como um covem, como uma Tradição, como filhos e filhas dos Antigos, como a teia. A magia e nós temos laços fortes que precisam ser estreitados e fortalecidos e, uma vez despertos, é dever de todo Caminhante trabalhar neste ponto. Os despertos não podem voltar a ser sonâmbulos, mesmo que pudessem, jamais seriam os mesmos pois viram, aprenderam e conheceram coisas, reinos, mundos e seres que o acompanharão  pelo resto de suas existências, é um Caminho que não tem volta, visto que se tem a Consciência do que se é, do que se pode e do que se deve ser.

    Que possamos tratar melhor tudo e todos que estão a nossa volta, que reconheçamos e aprendamos a sermos melhores a cada instante do que se foi no instante anterior. Que tenhamos força e sabedoria para termos um relacionamento melhor com todos os seres e mundos mas, principalmente, com a magia e nós.


    Núbius Pendragon – 17 Junho 2011
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